Pedro Xavier
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Beowulf (DVD)
Pedro Xavier
terça-feira, 29 de julho de 2008
The Searchers - A Desaparecida (1956)
Pedro Xavier
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Poster - Blowup (1966)
Blow Up – A História de um Fotógrafo foi o único sucesso comercial de Antonioni. Ganhou o primeiro prémio em Cannes, a Palma de Ouro, o prémio de melhor filme da National Society of Film Critics e nomeações para o Oscar de Melhor Realizador e Argumento.
Através da máquina fotográfica (ou, caso se queira, através da câmara de Antonioni), há a descoberta do motivo, há a falsa sugestão de se resolver um crime e o impacto da dedução errada. O fotógrafo Thomas (David Hemmings) é um fotógrafo profissional de grande sucesso. No seu estúdio fotografa a modelo Verushka. Tal como se vê na imagem, imitam os rituais de namoro e acasalamento de homens e mulheres, mas a relação a transitória e falsa, tal como tudo o que lhe acontece. Thomas demonstra uma falta de interesse por tudo o que lhe rodeia: um álbum de fotografias inacabado; sessões de fotografia a modelos de ressaca; adolescentes que querem ser modelos; sexo oferecido em troca de um misterioso rolo de fotografias.
É partir disto que Thomas ganha algum alento para a sua vida (bebe, droga-se permanentemente e é supostamente divorciado?). Por não saber o que contém o rolo que fotografou, revela as fotografias e amplia-as (blow up). Um factor de destaque é o da tecnologia e a sua incerteza. A dita permite ao protagonista invadir a privacidade alheia, moralmente condenável. No entanto, o artista ou a personagem é forçada a ver ou a questionar-se se o que realmente viu aconteceu. Daí que o seu quarto escuro se torne numa lente de ampliação da realidade.
Pedro Xavier
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Esta Semana no Cinema...
O texto seguinte foi publicado no blog Deuxieme a 25 de Julho de 2008, com o título: «Estreias da Semana».
O CAVALEIRO DAS TREVAS
A segunda aventura de Batman, novamente concebida pelo olhar de Christopher Nolan, é um objecto que rebenta – literalmente – com todas as ideias e barreiras de conceito da personagem, do seu universo e da adaptação cinematográfica de BD. “O Cavaleiro das Trevas” encaixa na perfeição, sem perder tempo com apresentações, no encadeamento de “Batman – O Início”, (um dos filmes maiores de 2005, munido de fazer um reset ao passado do herói, alimentado anteriormente pelo delicioso expressionismo gótico de Tim Burton e pelos duvidosos circos de néon de Joel Schumacher) e consegue a soberba proeza de ultrapassar todas as qualidades do capítulo anterior, resultando numa magnífica sequela, em tudo superior.
Estamos, garantidamente, perante “a encenação cinematográfica definitiva do Homem-Morcego”, como Jorge Mourinha escreve hoje no Público. De facto, “O Cavaleiro das Trevas” é um novo passo no mundo de Batman e do cinema dos super-heróis, onde tudo gira em Gotham City, uma metrópole com identidade própria, que surge como pano de fundo da acção, e que é tomada de assalto pela personificação do mal absoluto, tornando-se num palco de luta entre o bem e o mal (parecenças com Heat não surgem à toa e são justamente bem empregues), onde o medo e o caos iniciam a sua proliferação pelas mentes e corpos dos cidadãos, que discutem os termos de justiça entre si mesmos e não com as autoridades, que questionam continuamente.
Existem dois vértices vitais na composição d’ “O Cavaleiro das Trevas”. O primeiro manifesta-se claramente – e num grau de importância superior – nos seus criadores, a dupla dos irmãos Nolan. Jonathan e Chris escreveram o guião, no curto espaço de um ano, com uma noção de dramaturgia e tragédia acima do normal, e que se exprime em dois importantes pontos: o facto de terem composto esses elementos em personagens oriundas da BD, ao mesmo nível com que exploram tudo isso numa base real, num subtil tom pós 11 de Setembro e que pinta soberbamente a realidade em que vivemos e onde as personagens dos comics também mostram ter lugar. Para além da força estrutural do guião, é de salientar a sóbria, mas imponente, realização de Chris, onde o mais curioso ponto de análise surge numa mudança de estilo face ao capítulo anterior (uma mise-en-scène mais clara e elaborada, um ritmo mais pausado e planos verdadeiramente saídos de vinhetas da BD) e no uso da cor (o castanho ferrugento d’ O Início é aqui substituído por um azul hipnótico, e a grandiosidade da acção e a visão caótica e violenta do espaço urbano remete-nos para o melhor de Michael Mann).
O segundo vértice deste capítulo estende-se ao brilhante trio de personagens principal. Batman é-nos trazido uma vez mais por Christian Bale, que veste e acompanha, com naturalidade e segurança, a maturidade da pele do Homem-Morcego, e que vive aqui dias de amargura e um teste à sua força interior, nunca antes explorado. O seu sentido de justiça e motivação incorruptível mantém-se a todo o custo, mas isso e a obsessão por uma vida normal vão levar consigo um preço muito elevado. Na mesma estrada, encontramos do lado oposto o maior vilão de sempre: Joker, interpretado pelo falecido Heath Ledger. Sem exageros, confirma-se que Ledger é verdadeiramente assombroso, genial, abismal; falamos de uma das maiores composições de uma personagem dos últimos 25 anos (ao nível de um Hannibal Lecter), ele é o rosto maior do caos e da anarquia, e também é, sem dúvida, a maior encarnação de Joker do grande ecrã (sem menosprezo pelo fabuloso Jack Nicholson), que testa constantemente a identidade e sanidade de Batman. Para além do brilhante trabalho do actor, é formidável a forma como ele nos surge e como se mostra; cada origem das suas cicatrizes remete-nos para um passado turbulento e sombrio (curiosamente relativo a comics tão conhecidas como o caso de Piada Mortal, na história da esposa), que funciona perfeitamente para concebermos a deturpada existência do personagem, sem que seja necessário mostrar flashbacks ou utilizar outros meios e quebrar a soberba narrativa, o que nos mostra o Joker como “pleno e absoluto”, pelas próprias palavras de Chris Nolan (Sam Raimi que olhe bem para este exemplo no futuro). Por fim, Harvey “Duas Caras” Dent, surpreendentemente interpretado por Aaron Eckhart, é uma personagem de enorme força ao longo de todo o filme. Falamos de si num registo de tragédia grega, onde a sua perda, sofrimento e transformação valem a Eckhart um dos seus melhores momentos no cinema até hoje. O final dúbio da sua existência não deixa de valorizar o seu lugar numa cidade corrupta e refém do mal, onde o sacrifício se apodera dos inocentes e dos mais bravos.
Ao olharmos para este leque de mentes atormentadas, verificamos que estas 3 peças vivem interligadas entre si, de uma forma indissociável; se olharmos perto, Batman e Joker são duas faces da mesma moeda – uma infância traumática e abusiva – que se verifica uma linha ténue sobre a fronteira entre o bem e o mal, culpada pelo nascimento de Harvey “Duas Caras” Dent (seja pela malvadez aliciante de Joker como pela inacção de Batman); ao mesmo tempo temos a proeminente questão do nosso herói se debater ferozmente com as “duas caras” da sua própria existência, ao questionar (em conjunto com a cidade que o viu nascer) a sua missão de justiceiro, em simultâneo com o seu lugar de homem que nela quer viver – todos estes dilemas e mistérios, ainda que irónicos, são tudo menos inocentes, e resultam de uma forma absolutamente notável e eficaz, e que pedem ao filme uma segunda ou terceira revisitação, que se torna mais rica.
São inúmeros os momentos fenomenais deste filme, mas entre eles destacam-se o interrogatório a Joker, a conversa de Joker com Harvey no Hospital e ainda o encontro final entre Batman e Joker. Além disso, Hans Zimmer e James Newton Howard compõem uma banda sonora de enorme peso (o tema do Joker é assustador), Nolan filma como poucos, o elenco é todo ele fabuloso (ainda que a beleza e inocência de Katie Holmes não seja igualada por Maggie Gyllenhall, que é, apesar disso, muito competente), o argumento é negro, sólido e complexo e os fardos a carregar são cada vez mais pesados, numa Gotham que está a saque. A maior graça é que tudo isto está a ser “vendido” às massas como um blockbuster mainstream, mas na verdade é tudo, mas mesmo tudo, menos isso.
Em suma, para além de um verdadeiro épico mascarado de rostos grotescos e almas feridas (onde os géneros noir, policial e thriller se misturam avidamente), Christopher Nolan vai mais longe ao elevar a missão de Batman a um julgamento – até que ponto pode coexistir a justiça institucionalizada com a pessoal, e o que o separa do Joker além dos motivos – e dá-nos um enorme tratado sobre a vingança e as noções de perdão e sacrifício, tão sombriamente encaradas ao longo de duas horas e meia de grande cinema, onde a força da BD se mistura com a problemática realidade do terrorismo global, e que culmina num negro e poderoso final. Uma obra-prima.
Francisco Toscano Silva
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Cloverfield - Nome de Código Cloverfield (DVD)
terça-feira, 22 de julho de 2008
Léon (1994)
O primeiro instinto de Léon é ver-se livre da rapariga, mas não como está acostumado a fazer. Os dois acabam por ficar juntos, a aprender um com o outro. Léon ensina Mathilda a limpar a arma e ela ensina-o a ler e a escrever; ele ensina-a sobre a morte, ela ensina-o sobre a vida. Ele é um rapaz dentro de um corpo adulto, ela uma mulher no corpo de rapariga. Foi devido a este bailado, a esta interacção quase sexual entre as duas personagens que Léon não foi tão bem recebido pela crítica americana, no entanto, o romance proibido já antes tinha sido abordado em Lolita e a exploração de carácter sexual em Taxi Driver.
Pedro Xavier
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Eli Roth analisa trailer de Hitchcock
Pedro Xavier
Poster - 2001: A Space Odyssey (1968)
Poderá não existir outro poster tão enigmático como o filme que representa. O que representa um olho? E o feto humano? 2001: Uma Odisseia no Espaço foi, é e continuará a ser um filme absolutamente intemporal na sua vertente filosófica, metafísica ou mesmo transcendente. Um dos maiores desafios com que Stanley Kubrick se deparou na pré-produção foi como encontrar maneira de representar coisas que nunca antes tinham sido vistas. Foi depois de ver o documentário apresentado pela NASA, To the Moon and Beyond, que Kubrick reuniu a equipa de produção para avançarem para a realização dos efeitos especiais do filme (Oscar de 1968).
Apesar de Kubrick e Arthur C. Clarke trabalharem em separado, respectivamente, na elaboração do argumento e do livro de título homónimo, ambos se reuniam permanentemente para criarem um todo coeso. Em resumo, a história reunida teve como missão criar um poema visual sobre a evolução do Homem. Muitas das cenas com diálogos e cenas que representavam a vida dos astronautas foram cortadas ao longo da produção e, por isso, 2001: A Space Odyssey é um filme não-verbal, um filme intelectualmente verbalizado de forma poética e filosófica.
Uma das questões que o filme levanta, é acerca da natureza humana. O filme termina com o olhar enigmático e ambíguo do Feto Astral - um olhar sobre a Terra. Tal como acaba, o filme inicia com o início da Terra, perdoe-se o pleonasmo, o amanhecer do Homem: o macaco assassino que mata na luta por um poço de água e pela sobrevivência do seu grupo. E a questão põe-se: irá o Homem mudar ou continuar igual?
Pedro Xavier
domingo, 20 de julho de 2008
Lindsay Monroe
Em 1962, o fotógrafo Bert Stern (fotógrafo do poster do filme Lolita) tirou uma série de fotografias a Marilyn Monroe que, no seu conjunto, ficaram conhecidas como "The Last Sitting". As fotos foram tiradas em várias sessões no Hotel Bel-Air e são, sem qualquer dúvida, as mais famosas imagens da actriz mais conhecida da América. Seis semanas após terem sido tiradas, Marilyn foi encontrada morta, devido a uma overdose.
Quarenta e seis anos depois, Stern recriou as famosas fotos mas com outra actriz igualmente famosa (não pelos seus atributos artísticos). Lindsay Lohan re-encarna a persona mais extravagante e erótica que havia em Marilyn, num atributo e numa representação iconográfica da importância atribuída pelo pensamento contemporâneo aos mártires da história americana.
As fotos podem ser vistas aqui.
Pedro Xavier
sábado, 19 de julho de 2008
The Beginning Is The End Is The Beginning...
O realizador de 300, Zack Snyder, explica o porquê deste tema.
Pedro Xavier
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Watchmen Teaser Trailer
Pedro Xavier
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Wanted
No entanto, vendo o panorama geral a frio, não se pode deixar de dar importância à opção (2). Tal como o tecido do destino, o argumento (Michael Brandt) está repleto de buracos. Falta-lhes dar seguimento, desenvolvimento, profundidade, história, uma relação amorosa. Parece uma novela onde afinal “o meu pai eras tu?” e só falta encontrar uma meia-irmã no final. As personagens, à excepção da de James McAvoy (que bem podia ter sido aproveitada para um filme independente sobre a depressão da moderna american way of life), não têm qualquer carisma: Angelina Jolie está de regresso aos papéis ocos como em Lara Croft ou como em Gone in Sixty Seconds; Morgan Freeman bem se podia ter mantido a fazer de detective (Seven) ou de prisioneiro (Os Condenados de Shawshank) - não se entende como veio aqui parar nem como o seu papel de “chefe” vai intensificar a intriga se não há qualquer duelo; os outros todos são uns canastrões.
Pedro Xavier
Porquê insistir?
A sinopse lançada pela Warner Bros. diz o seguinte
"Set in post-apocalyptic 2018, John Connor (Christian Bale), the man fated to be the leader of the human resistance against Skynet and its army of Terminators, and the future he was raised to believe in is altered in part by the appearance of Marcus Wright (Sam Worthington), a Terminator whose last memory is of being on death row. Connor must decide whether Marcus has been sent from the future, or rescued from the past. As Skynet prepares its final onslaught, Connor and Marcus both embark on an odyssey that takes them into the heart of Skynet's operations, where they find out a terrible secret that may lead to the possible annihilation of mankind."
Pedro Xavier