quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Viva La Vida

Se for possível, “Viva la Vida” parace indicar uma evolução qualitativa. Sim, é possível! Este álbum, o quarto da banda de Chris Martin e companhia, surge 3 anos após “X&Y”, numa altura em que os Coldplay precisaram de alguma reflexão e redefinição. “X&Y” (2005) não foi nada equiparável ao sucesso estrondoso de “A Rush of Blood to the Head” (2002), o segundo da discografia da banda. Para não seguirem as passadas anteriores, contaram com a colaboração do produtor dos U2, Brian Eno, para os guiar por novos caminhos e direcções... e o resultado está à vista!

Desde “Life in Technicolor”, passando pelo single homónimo “Viva la Vida”, até “Death and All His Friends”, a banda britânica formada em 1998 conseguiu compilar todas as suas virtudes num pacote bonito e agradável, com vista atingir um lirismo soberbo, entusiasmante e sentimentalista, acompanhado por tons completamente equilibrados. “Viva La Vida”, o disco, é experimental e alternativo: é um misto de algo antigo do trabalho dos Coldplay e algo de novo.

Dos discos anteriores manteve-se aquele tom épico que a banda de Chris Martin deu às músicas. “Viva la Vida” é exemplo disso. “Violet Hill”, o outro single, é rock desordenado, ingovernável e indomável. É revolta… e está tão boa a música! “Strawberry Swing” leva-nos a tempos idos, medievais, com ritmos de tambores a fazer percussão e uma guitarra a dar um tom do campo, rústico, como uma cítara. Esta é capaz de ser a música mais refrescante e luminosa de todo o disco.

Estamos quase no final do disco, no entanto já passámos por “42” a mais melancólica de “Viva La Vida”. Calma, começa com um piano e a voz suave de Chris (faz lembrar John Lennon). De repente muda, temos uma longa sequência instrumental, electrónica, e eis que surge, num tom misto de alegria e tristeza «You thought you might be a ghost/You didn’t get to heaven but you made it close!». Sem nos apercebermos que acabou, já estamos a ouvir “Lovers in Japan-Reign of Love”, e por favor, sem mais ilusões ou enganos, estamos perante Arcade Fire (e isto não é uma crítica negativa), excepto a voz de Chris. Por fim, “Death and All His Friends” leva os Coldplay ao limite, põe a banda toda a cantar «I don't wanna follow death and all of his friends!», numa despedida digna de fazer parte de uma banda sonora de um filme.

O sucesso de "Viva La Vida" é merecido pois estamos perante uma das melhores bandas pop/rock de sempre.




Pedro Xavier

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