Quando se falou de “Juno” referiu-se a mais do que merecida nomeação de Ellen Page para o galardão de Melhor Actriz nos prémios da Academia. Entre as outras actrizes nomeadas está Cate Blanchett.
Quase uma década depois do impressionante e inesperado sucesso em “Elizabeth” (1998), Cate Blanchett repete o papel da monarca inglesa mais retratada na história do cinema. “Elizabeth: The Golden Age” é há já muito tempo a sequela que Shekhar Kapur tanto esperava realizar, mas (uma vez mais) é Blanchett que molda o filme à sua forma.
A história recomeça em 1585. Elizabeth enfrenta a ameaça de Filipe (Jordi Molla) - rei de Espanha - e de toda a igreja Católica, que pretendem retirá-la do trono e substituí-la por Mary (Samantha Morton), rainha católica dos Escoceses. Enquanto Filipe constrói uma armada, conspiradores Ingleses elaboram o seu plano para retirar Elizabeth do poder. A força de Elizabeth nasce da sua vulnerabilidade e esta advém do seu complexo relacionamento com o aventureiro Sir Walter Raleigh (Clive Owen), um nobre adequadamente carismático que traz tesouros do Novo Mundo. Nos momentos de intimidade, permite que a rainha virgem lhe revele o desejo oculto de normalidade – um desejo de amar, casar e ter filhos. A preparação para a tentativa de invasão da armada Espanhola pode, no entanto, parecer um mero ruído de fundo enquanto Elizabeth luta contra as suas próprias inseguranças. Todavia, as cenas da batalha final são de uma grandeza estonteante.
Blanchett é mais uma vez incrível, particularmente quando liberta toda a sua fúria e temperamento. A actriz tem desenvolvido um percurso cuidadoso no que diz respeito à escolha das personagens. Ao trabalhar com conceituados realizadores – Martin Scorsese, Wes Anderson, Richard Eyre, Alejandro Iñarritu, Peter Jackson, Steven Soderbergh – já conseguiu arrecadar inúmeros prémios e 5 nomeações para os Oscar, das quais já levou um para casa pelo seu papel em “O Aviador” (2004). Este ano, apesar do seu desempenho, não se espera que leve mais outra estatueta na categoria principal. Prevê-se que a recompensa virá por ter representado um heterónimo do já lendário cantor e compositor norte-americano Bob Dylan em “I’m Not There”, de Todd Haynes.
Voltando ao filme, infelizmente a sua beleza e a magnífica interpretação de Blanchett não chegam. Shekhar Kapur parece estar mais preocupado com o guarda-roupa – a outra nomeação para além da da actriz – do que com um desenvolvimento mais sustentado e aprofundado das personagens secundárias, que tornam as sub-intrigas pouco vigorosas. Resumidamente, “Elizabeth: The Golden Age” é um filme agradável mas muito menos sério e rigoroso que o seu predecessor.
6/10
Pedro Xavier
Quase uma década depois do impressionante e inesperado sucesso em “Elizabeth” (1998), Cate Blanchett repete o papel da monarca inglesa mais retratada na história do cinema. “Elizabeth: The Golden Age” é há já muito tempo a sequela que Shekhar Kapur tanto esperava realizar, mas (uma vez mais) é Blanchett que molda o filme à sua forma.
A história recomeça em 1585. Elizabeth enfrenta a ameaça de Filipe (Jordi Molla) - rei de Espanha - e de toda a igreja Católica, que pretendem retirá-la do trono e substituí-la por Mary (Samantha Morton), rainha católica dos Escoceses. Enquanto Filipe constrói uma armada, conspiradores Ingleses elaboram o seu plano para retirar Elizabeth do poder. A força de Elizabeth nasce da sua vulnerabilidade e esta advém do seu complexo relacionamento com o aventureiro Sir Walter Raleigh (Clive Owen), um nobre adequadamente carismático que traz tesouros do Novo Mundo. Nos momentos de intimidade, permite que a rainha virgem lhe revele o desejo oculto de normalidade – um desejo de amar, casar e ter filhos. A preparação para a tentativa de invasão da armada Espanhola pode, no entanto, parecer um mero ruído de fundo enquanto Elizabeth luta contra as suas próprias inseguranças. Todavia, as cenas da batalha final são de uma grandeza estonteante.
Blanchett é mais uma vez incrível, particularmente quando liberta toda a sua fúria e temperamento. A actriz tem desenvolvido um percurso cuidadoso no que diz respeito à escolha das personagens. Ao trabalhar com conceituados realizadores – Martin Scorsese, Wes Anderson, Richard Eyre, Alejandro Iñarritu, Peter Jackson, Steven Soderbergh – já conseguiu arrecadar inúmeros prémios e 5 nomeações para os Oscar, das quais já levou um para casa pelo seu papel em “O Aviador” (2004). Este ano, apesar do seu desempenho, não se espera que leve mais outra estatueta na categoria principal. Prevê-se que a recompensa virá por ter representado um heterónimo do já lendário cantor e compositor norte-americano Bob Dylan em “I’m Not There”, de Todd Haynes.
Voltando ao filme, infelizmente a sua beleza e a magnífica interpretação de Blanchett não chegam. Shekhar Kapur parece estar mais preocupado com o guarda-roupa – a outra nomeação para além da da actriz – do que com um desenvolvimento mais sustentado e aprofundado das personagens secundárias, que tornam as sub-intrigas pouco vigorosas. Resumidamente, “Elizabeth: The Golden Age” é um filme agradável mas muito menos sério e rigoroso que o seu predecessor.
6/10
Pedro Xavier
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