segunda-feira, 28 de julho de 2008

Poster - Blowup (1966)


Blow Up – A História de um Fotógrafo foi o único sucesso comercial de Antonioni. Ganhou o primeiro prémio em Cannes, a Palma de Ouro, o prémio de melhor filme da National Society of Film Critics e nomeações para o Oscar de Melhor Realizador e Argumento.

Através da máquina fotográfica (ou, caso se queira, através da câmara de Antonioni), há a descoberta do motivo, há a falsa sugestão de se resolver um crime e o impacto da dedução errada. O fotógrafo Thomas (David Hemmings) é um fotógrafo profissional de grande sucesso. No seu estúdio fotografa a modelo Verushka. Tal como se vê na imagem, imitam os rituais de namoro e acasalamento de homens e mulheres, mas a relação a transitória e falsa, tal como tudo o que lhe acontece. Thomas demonstra uma falta de interesse por tudo o que lhe rodeia: um álbum de fotografias inacabado; sessões de fotografia a modelos de ressaca; adolescentes que querem ser modelos; sexo oferecido em troca de um misterioso rolo de fotografias.

É partir disto que Thomas ganha algum alento para a sua vida (bebe, droga-se permanentemente e é supostamente divorciado?). Por não saber o que contém o rolo que fotografou, revela as fotografias e amplia-as (blow up). Um factor de destaque é o da tecnologia e a sua incerteza. A dita permite ao protagonista invadir a privacidade alheia, moralmente condenável. No entanto, o artista ou a personagem é forçada a ver ou a questionar-se se o que realmente viu aconteceu. Daí que o seu quarto escuro se torne numa lente de ampliação da realidade.

Aquando o desfecho do filme, o cadáver que Thomas vê nas fotografias já não existe e, como já não nada vê (existe), alinha num jogo de mimos atirando uma bola fictícia a dois jogadores de ténis, desaparecendo da imagem ao fundo do parque.

Pedro Xavier

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