



O verdadeiro chamariz desta animação reside, não só nos novos efeitos especiais da época, mas também nos números musicais do filme. A sequência do baile, que mistura animação por computador com o clássico desenho à mão, é a melhor cena, em termos técnicos, de todo o filme. As outras sequências musicais podem ser igualmente comparáveis à do baile. Alan Menken e Howard Ashman (ambos de A Pequena Sereia) são mesmo os responsáveis pelo sucesso desta animação. Com toda a energia e audácia levam-nos para a Broadway, de onde retiram todas as regras para a elaboração de uma receita há muito esquecida nos anos 50/60, que é chamada de filme musical. Temos a canção inicial “There’s Belle”; “Gaston”, o tema do vilão; “Be our Guest”, com os utensílios de cozinha a cantar e a dançar; “Mob Song”, no ataque da população enraivecida ao castelo e o clássico “Beauty and the Beast”.

Não só somos transportados para a Broadway como também A Bela e o Monstro importa referências fílmicas muito marcantes na história do cinema. Ao jeito de homenagem, destacam-se, no mínimo, três clássicos: Citizen Kane, pelo castelo gótico nas cenas iniciais; The Sound of Music, quando Belle corre por verdes colinas, ao deixar para trás a sua aldeia ao longe e Frankenstein, no final, aquando a invasão do castelo é liderada por Gaston.
Combinando todos estes elementos, Beauty and the Beast, é uma mistura perfeita de romance, música, invenção e animação, num filme que não é só para miúdos, mas também para graúdos. Está para 1991 assim como Wall.E está para 2008: uma obra-prima!

Pedro Xavier