“Lions for Lambs” conta histórias entrecruzadas, todas com base nos desenvolvimentos actuais no Iraque e no Afeganistão. Assim que o filme começa, a prestigiada repórter Janine Roth (Meryl Streep) chega ao gabinete do senador Jasper Irving (Tom Cruise), em Washington, para uma entrevista exclusiva. Anos antes, Roth tinha declarado num artigo à Time que Irving seria o futuro, uma nova visão para a renovação do Partido Republicano. Na entrevista, o senador revela a nova estratégia do exército dos Estados Unidos que irá acabar com a guerra ao terrorismo e devolver à América a fé nos seus governantes.
Ao mesmo tempo, do outro lado do país, o professor Stephen Malley (Robert Redford) inicia uma reunião com um dos seus alunos Todd Hyes (Andrew Garfield), em quem vê um potencial enorme mas que, no entanto, se encontra contido devido a alguma ignorância. O professor começa, então, a contar a história de dois ex-alunos seus Ernest Rodriguez (Michael Peña) e Arian Finch (Derek Luke), que se sentiram motivados a se alistarem no exército e apoiar, dessa maneira, a guerra. A história de Rodriguez e de Finch é contada simultaneamente enquanto estes se encontram barricados e encurralados nas montanhas geladas do Afeganistão, devido a um ataque ao helicóptero onde se encontravam.
A vantagem de “Lions for Lambs” é o argumento de Matthew Michael Carnahan, pois são explorados inúmeros pontos de vista em relação à problemática situação vivida no Médio Oriente o que é, simultaneamente, uma desvantagem, como que um freio a uma forte posição política que possa o filme vir a ter. Mesmo assim, consegue ir mais longe, de uma maneira corajosa - e refrescante à vista – ao apontar o dedo aos media por terem lidado com o início e desenrolar da guerra como se fosse um evento desportivo. A mensagem do tipo “drop what you’re doing and get involved!” não é de todo original, mas pode-se aproveitar para serem analisados diversos pontos de vista.
Em relação aos actores… Tom Cruise tem uma prestação notável como um político engenhoso, calculista e charmoso. Nos casos de Meryl Streep e Robert Redford, parece que todo o seu enorme talento fica subaproveitado devido à pouca densidade dramática das suas personagens.
“Lions for Lambs” é mais um a entrar no conjunto de filmes que surgem das consequências da política contemporânea, que levantam inúmeras questões mas sem devolverem respostas satisfatórias. A atitude de Irving ao dizer “whatever it takes” é certamente um reflexo da política seguida pela administração corrente para lidar com os problemas actuais. E em relação aos de longo-prazo? Ainda estaremos em guerra por daqui a 10 anos? É tempo de medir o potencial das acções e começar a ver o prisma completo.
7/10
Pedro Xavier
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