domingo, 24 de agosto de 2008

Andy Warhol - a Mirror To The World


"He was the most American of artists, and the most artistic of Americans" é uma das frases com que começa o documentário Andy Warhol - a documentary film, que tive oportunidade de ver muito recentemente.

Andrew Warhola nasceu a 6 de Agosto de 1928, e é hoje considerado a figura central do movimento da Pop Art. Começando por fazer ilustrações, desenhos de cartazes publicitários e de sapatos (publicados na revista Glamour), Warhol apenas se torna mundialmente conhecido mais tarde, pelo seu trabalho enquanto pintor, escritor, cineasta avant-garde, produtor musical e figura pública.

Este artista é extremamente interessante, não apenas pelas suas inúmeras obras, mas também pela sua personalidade peculiar, por aquilo que ele foi enquanto pessoa, pela forma como cresceu, como desenvolveu a sua arte, como chegou onde chegou... "Andy was Pop, and Pop was Andy".

Em Warhol, a arte é tornada banal e vulgar, é um produto mediático e industrial. Aquela que, para ele, era uma "arte elitista" cai nos meandros do quotidiano.


Desde cedo que Andy Warhol mostrou alguma queda para as artes plásticas. Entre 1945 e 1949, estudou artes gráficas aplicadas, curso que abandonou devido a uma doença. Mas é à sua mãe, Ulja Warhola, que o artista deve o desenvolver dessa capacidade, pois foi sempre ela que muito o incitou e apoiou. Nesta altura, Andy pintou alguns quadros que representavam situações psicológicas, ainda que de forma algo infantil.

Foi em Nova Iorque que Warhol começou a trabalhar. A sua primeira grande influência e inspiração veio do escritor Truman Capote, por quem o artista nutria uma grande admiração, chegando quase a persegui-lo. Ainda fez algumas ilustrações para os romances de Capote.

Começou, então, a trabalhar por conta própria e a executar encomendas. Servia-se muito de superfícies coloridas, nos seus trabalhos, para dar uma impressão viva e estilística.

Os seus primeiros quadros, datados de 1960, têm como temas centrais a banda desenhada e a publicidade.

O que marcou igualmente a sua obra, foram as mortes de Marylin Monroe e John F. Kennedy. Warhol começa a criar as suas muito conhecidas serigrafias. A morte e a tragédia passam a ser um tema recorrente nos seus trabalhos, ligados ao conceito dos "15 minutes of fame" (pelos meios de comunicação, ávidos do sensacionalismo).


A par disto, Andy Warhol (que queria chegar a Hollywood a todo o custo) começou a fazer filmes que, observados posteriormente, se revelaram de uma maturidade incrivelmente genuína. Títulos como Sleep (onde se pode ver o poeta John Giorno a dormir, durante 6 horas - um estudo brilhante sobre o tempo real vs. tempo sonhado), Blow Job (plano único de 35 minutos da cara de DeVeren Bookwalter, supostamente a receber sexo oral, sem que nunca haja um tilt da câmara para mostrar o que realmente se passa), Eat (um homem a comer um cogumelo durante 45 minutos). Todos estes primeiros filmes do artista, são uma representação do tempo, do real, do que é tido (para ele) como normal, mostrado, no entanto, com uma plasticidade incrível, tão própria e característica.

É na década de 60, que Warhol adopta a banda The Velvet Underground, transformando-se no seu manager e criando toda a album art. Depois de lançarem o primeiro album, The Velvet Underground and Nico (muito conhecido como 'The Banana LP'), Lou Reed e Warhol desentenderam-se acerca do futuro da banda, acabando assim a parceria.

Andy Warhol detinha a simplicidade de um artista, um artista de ideias, um artista que casava a forma e o conteúdo como ninguém. Com ele, tudo se tornou Arte.

"Andy Warhol was a mirror to the world".

Sara Toscano

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