terça-feira, 1 de abril de 2008

O Disco Mais Esperado do Ano

Roads, Glory Box, Numb… Como se sabe, estas são as canções milagrosas dos Portishead. É um daqueles grupos que é impossível de caracterizar. “NYC Live” (1998) foi o último disco a ser editado. Dez anos depois, eis que chega “Third”, um disco capaz de pôr a dançar esqueletos num cemitério (mas quem disse que o grupo estava enterrado?). Às vezes é negro e frio, claustrofóbico e barulhento. Mas no final, é algo simplesmente admirável.

Dez anos! As primeiras três faixas do disco Silence, Hunter e Nylon Smile são progressivamente frias, completamente geladas. The Rip, a quarta, é ao jeito de balada acústica evoluindo e assumindo o ritmo electrónico que se vai apresentar para o resto do álbum. Já sentia saudades da voz de Beth Gibbons. Vamos esquecer “Out of Season” (2002), uma participação solo da cantora com Rustin Man. Já se sentia falta dos Portishead. Dez anos! Precursores do trip-hop, juntaram-se em Bristol em 1991: Geoff Barrow (que anteriormente tinha trabalhado com os Massive Attack), Adrian Utley e a vocalista Beth Gibbons. Dez anos sem perder aquela sua voz tão característica e inimitável.


Voltando ao alinhamento, Plastic e Small são as músicas tipo dor-de-cabeça (se é que isso alguma vez isso existiu antes dos Portishead). Que não seja mal interpretado, a dor de cabeça é voluntária. Mas não é com estas que “Third” é o disco mais aguardado do ano. We Carry On, combina elementos rock com o melhor da electrónica, algo que até faz lembrar os Joy Division. Machine Gun, a mais hardcore do disco é o primeiro single, é simplesmente a razão de como esta banda faz coisas completamente impressionantes.
Third” é um milagre, e os milagres vêm a seguir ao silêncio.


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5/5


Pedro Xavier


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